segunda-feira, 30 de julho de 2007

O homem que só tem um amigo

É muito comum encontrarmos vendedores que costumam chamar o cliente de “amigo”
A intenção, logicamente, é a melhor possível
tratar bem as pessoas, buscando um contato amistoso
Mas nem sempre o cliente reage bem...
Um dia numa loja de autopeças aconteceu o seguinte diálogo:
Bom dia amigo, em que posso servi-lo?
Quero saber o preço do amortecedor traseiro do Gol ano 2001...
Amigo, temos uma promoção especial!
Peraí rapaz..., disse o cliente
Por que você insiste em me chamar de amigo?
Você, por acaso, me conhece?
Saiba que eu não tenho amigos!
Aliás, eu só tenho um:
Sou amigo é do meu dinheiro...

Deixe a velhinha falar!

Imagine a seguinte cena:
quinto dia útil do mês, numa grande agência bancária.
O banco acabou de abrir suas portas e suas dependências estão cheias de clientes.
Há um grande número de aposentados e pensionistas na fila.
O sofrimento da espera – mesmo para receber dinheiro – é imenso,
pois aquelas pessoas idosas costumam chegar muito cedo ao seu ritual mensal de saque do dinheirinho que os sustentará, sabe Deus como, pelos próximos dias.
Eis que chega a vez de uma velhinha ser atendida.
Muito humilde, ela retira um saco plástico de sua pequena e antiga bolsa e começa a desenrolá-lo a fim de tirar seu cartão magnético e carteira de identidade para entregar ao caixa.
Este, concentradíssimo, não esboça nenhuma reação.
Aliás, ele nem sequer olha para aquela idosa.
É possível que estivesse a pensar:
“Mais uma sofredora para atender.
Gostaria de trabalhar numa agência de shopping”.
Rapidamente ele passa o cartão na máquina, conta as cédulas e entrega com desdém R$ 380,00 à senhora.
O dinheiro estava novinho em folha, do jeito que saiu da Casa da Moeda.
Ela recolhe as cédulas e sai da fila imediatamente para guardar o dinheiro no saquinho plástico que ficará cuidadosamente escondido para evitar furtos.
Já longe do caixa uns 20 metros, a pensionista teve um susto:
“Meu Deus! Ele me deu um valor errado!
E agora? Vou lá mostrar”
Antes, porém, contou o dinheiro umas três vezes para ter a certeza de que não havia se enganado.
Aproximar-se do caixa novamente foi uma dificuldade, tal era a imensa quantidade de pessoas que se espremiam na fila.
Quando finalmente conseguiu, ela pacientemente aguardou o caixa atender o cliente que estava na vez.
Concluido o atendimento, ele acionou o alarme de chamada do próximo, sem dar a mínima atenção para a senhora franzina que esperava...
“Próximo!!!”
Gritou ele, resmungando um comentário do tipo “parece que esse povo dorme na fila!”
Quando percebeu que não ia receber nenhuma atenção, a velhinha abriu a boca:
“Moço, por favor”
“Diga” respondeu ele.
Meu benefício mensal é de 380 reais e o senhor me deu um valor errado.
Quando o bancário ouviu a última palavra ser pronunciada transtornou-se.
“O problema não é meu, senhora.”
“É seu!”
“Não tenho nada a ver com isso.”
“Não tenho culpa se as pessoas não sabem conferir os valores que recebem.”
“Saiu do caixa e foi parar em suas mãos.”
“O prejuízo é seu” – disse ele em voz alta, chamando a atenção das pessoas que estavam em volta.
A velhinha esperou que ele terminasse de falar e disse:
“Moço, só voltei porque tenho certeza de que está errado.”
“Tome, confira você mesmo...”.
Ele balançou a cabeça em sinal negativo e disparou:
“não tenho nada a fazer. Aliás a senhora não percebeu que está atrasando o atendimento aos outros aposentados?”
Ao sentir que ele realmente não estava disposto a dialogar, ela disse:
“Você me deu R$ 20,00 a mais.”
“Olhe só como as notas novas grudam umas nas outras!.”
“Vim aqui lhe devolver por que só quero aquilo que me pertence.”
“Tome, senão quem vai ficar com prejuízo é você...”
Depois de ouvir as palavras da velhinha, o caixa parou o atendimento, saiu do guichê, deu-lhe um abraço e se derramou em pedidos de desculpas...
Essa lição ele jamais esquecerá.